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A vasectomia é um excelente método anticoncepcional que gera tranquilidade e alívio sobre a ansiedade e medo constantes de uma  gravidez indesejada ou de risco. O planejamento familiar promovido com a vasectomia é uma conquista da sociedade moderna e representa benefícios não apenas ao homem, mas também à mulher e à família.

A vasectomia é uma cirurgia simples que, através da ligadura dos ductos deferentes localizados na bolsa escrotal, impede a passagem dos espermatozóides para o líquido seminal.

Dessa forma, após a vasectomia, o líquido seminal quando ejaculado continua com o mesmo aspecto, sendo que a única alteração é a ausência de espermatozóides quando avaliado com microscópio.

Algumas orientações importantes no pré-operatórias são:

A vasectomia é um procedimento seguro e apresenta baixas taxas de complicação e deve ser considerado um método irreversível. Em casos especiais, principalmente em pacientes mais jovens, pode-se considerar a possibilidade de congelamento seminal antes da cirurgia.

No pós-operatório existem alguns cuidados especiais:

Primeiramente, é mandatório realizar um espermograma de controle após algumas semanas da cirurgia. Isso porque durante vários dias ainda ocorre a passagem dos espermatozóides que já estavam no circuito antes da vasectomia. Além disso, existe a possibilidade rara de duplicação dos canais deferentes, encontrada em cerca de 0,05% da população masculina. Nestes casos pode haver a ligadura do canal principal, mas a permanência do canal secundário duplicado que é de difícil identificação.

Resumindo, até ter em mãos a confirmação da esterilidade pelo espermograma (azoospermia), algum outro método anticoncepcional deve ser utilizado.

Ainda não há um consenso definindo o prazo mínimo ideal para realizar o espermograma de controle, mas cerca de 80% dos pacientes já apresentarão ausência de espermatozóides após 3 meses. No entanto, nos casos em que haja persistência de espermatozóides móveis após 6 meses, deve ser considerada a realização de um novo procedimento.

Apesar da segurança do método, a recanalização espontânea dos vasos deferentes pode ocorrer. Nos casos de recanalização precoce, a incidência chega pode chegar a 5%, dependendo da técnica utilizada e a recanalização tarde é mais é rara ainda, podendo ocorrer em até 1.2% dos casos onde o espermograma mostrava claramente a ausência de espermatozóides no sêmen.

Literatura Sugerida: european association of urology guidelines on vasectomy 2012

REVERSÃO DE VASECTOMIA

A procura pela reversão de vasectomia é em média de 2 % dos homens considerando um período de 10 anos. O desejo de ter outro filho está associado a diferentes circunstâncias como um novo relacionamento, melhora do quadro de saúde da esposa que cuja gravidez teria alto risco, mudança do padrão de vida ou até mesmo a perda de um filho.

Os resultados da cirurgia de reversão de vasectomia têm mostrado grandes melhoras nas últimas décadas devido á evolução da técnica cirúrgica, dos fios e das pinças de microcirurgia.

Além disso a reversão da vasectomia tem algumas vantagens frente aos métodos de reprodução assistida como menor custo relativo, não necessitar de tratamento hormonal na mulher e a punção de óvulos e dispensar a manipulação laboratorial.  No entanto, devemos considerar …

Alguns fatores importantes na hora de indicar uma cirurgia de reversão de vasectomia.

O primeiro é considerar se o casal deseja buscar a gravidez natural por questões pessoais, familiares ou mesmo religiosas.  Sempre tendo atenção quanto a idade da esposa ou se há algum fator importante que comprometa a sua fertilidade e que já indique a reprodução assistida. Além disso,

O resultado positivo da reversão da vasectomia como taxa de patência( retorno da presença de espermatozóides no ejaculado) e de gravidez natural parecem estar relacionados com o intervalo da vasectomia. Um grande estudo com cerca de 1500 paciente submetido a cirurgia de reversão de vasectomia mostrou os seguintes resultados:

A tabela abaixo mostra como a idade da esposa tem grande influência na taxa de gravidez.

Ao avaliar estes dados, devemos considerar também que com o passar dos anos outros fatores podem contribuir para a piora da qualidade do sêmen, como uso de medicamentos, tabagismo, obesidade e outras doenças. E mesmo nos casos de sucesso da cirurgia, pode ser necessária a ajuda de algum método de reprodução assistida para conseguir a gravidez.

Literatura sugerida: Vasectomy reversal: a clinical update  – Asian Journal of Andrology 2016