Cuidados especiais com a saúde e a prevenção são peças chaves na manutenção da qualidade de vida durante o envelhecimento feminino.
Uma região pouco conhecida e que merece destaque na saúde íntima feminina nesta fase é o períneo. O períneo ou assoalho pélvico é um conjunto de músculos e ligamentos que se estende do clitóris ao ânus da mulher e que como outros músculos, sofrem com o impacto da idade. Esses músculos participam de maneira significativa no controle urinário e fecal, auxiliam no suporte dos órgãos pélvicos (bexiga, útero e reto), na função sexual feminina e no parto, favorecendo a saída do bebê.
Homens e mulheres possuem períneo, porém as mulheres têm maior propensão a desenvolver disfunções nessa região. São vários os motivos que aumentam a probabilidade da mulher ter problemas ligados ao períneo, a começar pela anatomia dessa área. A mulher possui três falhas anatômicas: a uretra, a vagina e o ânus que a deixa mais propensa aos prolapsos (bexiga caída). Além disso, a gestação, o parto, a obesidade e esportes de impacto são fatores que podem desencadear mudanças significativas no assoalho pélvico.
O climatério e a menopausa merecem uma atenção especial, já que nessa época ocorre um declínio do estrogênio, do colágeno e da elastina deixando a mulher mais propensa a incontinência urinária (perda de urina), a incontinência fecal ou de gases e a flacidez perineal que poderá prejudicar a função sexual e o orgasmo. Daí a importância da mulher exercitar seu assoalho pélvico na mais tenra idade como forma de prevenção dessas disfunções.
Devido a sua comprovação científica e elevadas taxas de sucesso, a fisioterapia pélvica é recomendada como tratamento de primeira escolha dessas disfunções pelas principais associações internacionais de urologia e ginecologia. Em alguns casos, a fisioterapia pode estar associada ao tratamento medicamentoso e ao uso do laser em casos de flacidez e ressecamento vaginal. Nas situações mais graves de incontinência urinária e fecal; e de prolapsos a cirurgia deverá ser avaliada pelo urologista, ginecologista ou proctologista, dependendo do caso.
Sendo assim, toda mulher deveria começar a prestar atenção na região do assoalho pélvico mais cedo, realizando uma avaliação fisioterapêutica desses músculos para começar a exercitá-los de maneira adequada e individualizada, a fim de assegurar um envelhecimento saudável e sem preocupações.
Dra. Mônica Lopes
Fisioterapeuta especializada em Saúde da Mulher.
Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (ABRAFISM)
Membro da Sociedade Internacional de Medicina Sexual (ISSM)